Nesta terça-feira (5), os americanos vão às urnas para decidir se Kamala Harris será a primeira mulher a presidir os Estados Unidos ou se Donald Trump retornará à Casa Branca. A corrida entre a atual vice-presidente democrata e o ex-presidente republicano é marcada pela incerteza, com resultados que podem demorar horas ou até dias para serem conhecidos.
As pesquisas mostram um empate nos estados decisivos - Pensilvânia, Wisconsin, Carolina do Norte, Geórgia, Arizona e Nevada - enquanto o restante do país tende a manter suas tradições partidárias. Com mais de 82 milhões de eleitores que já votaram antecipadamente, a disputa está acirrada, e não há um favorito claro.
Votos e Várias Visões
O clima polarizado é evidente. "Estamos muito divididos, ela representa a paz, enquanto seu oponente só fala de forma negativa", comentou Marchelle Beason, de 46 anos, na Pensilvânia. Em contraste, Darlene Taylor, de 56 anos, defende o retorno de Trump, apontando como prioridade a promessa do republicano de "fechar a fronteira" com o México.
Se vencer, Harris fará história como a primeira mulher negra e de ascendência asiática a ocupar o cargo mais alto do país. Já Trump, se eleito, será o primeiro presidente a retornar ao poder após um intervalo desde 1893.
Programas e Propostas
Kamala Harris tem buscado apoio entre republicanos moderados com um programa focado em combate à imigração ilegal, fortalecimento da classe média e defesa dos direitos ao aborto. Em seu último comício na Pensilvânia, ela enfatizou a necessidade de uma "mudança política", declarando que o país está "cansado" de divisões.
Trump, por sua vez, propôs restaurar o que chama de "era de ouro" para os EUA, prometendo "levar o país a novos patamares de glória". Apresentando-se novamente como um candidato antissistema, ele intensificou o discurso contra a imigração, referindo-se aos migrantes com linguagem contundente, o que gerou críticas e apreensão.
Segurança e Tensão no Ar
A eleição acontece sob alta tensão. Em meio a temores de violência, centros de votação nos EUA foram reforçados com drones e atiradores de elite. Barreiras de metal cercam a Casa Branca e o Capitólio, e vitrines de várias lojas em Washington D.C. foram protegidas com tábuas de madeira. Para muitos, as cenas da invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, ainda estão frescas na memória.
O Mundo Observa
O resultado das eleições terá reflexos globais. Questões como os conflitos no Oriente Médio, a guerra na Ucrânia e o combate ao aquecimento global estão em jogo. Trump, que nega a importância da mudança climática, ameaça impor tarifas ao México e à China para conter o tráfico de drogas e de fentanil, acusando ambos os países de negligência.