Fiocruz Pernambuco sedia colóquio sobre políticas para crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus

Divulgação / Jornal do Comércio
Saúde Publica
Em 04 de Novembro de 2024 às 16:37
Edição de PEonline

Na última segunda-feira (4), a sede da Fiocruz Pernambuco, localizada no Instituto Aggeu Magalhães, recebeu o Colóquio Síndrome Congênita Associada à Infecção pelo vírus Zika, promovido pelo Ministério da Saúde. O evento teve como objetivo discutir políticas públicas voltadas para o atendimento de crianças afetadas pela síndrome e suas famílias.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou de forma remota e apresentou novas iniciativas para apoiar as crianças e suas famílias, com destaque para as mães, que geralmente são as principais cuidadoras. Uma das principais demandas abordadas pelas associações de mães é a necessidade de cirurgias ortopédicas de quadril, essenciais para o desenvolvimento das crianças. No Brasil, 262 crianças aguardam esse procedimento, das quais 121 são de Pernambuco.

Para reduzir as filas de espera, a ministra anunciou um plano de apoio do Governo Federal, que inclui financiamento para os estados por meio do programa nacional de redução de filas de cirurgias eletivas e envio de equipes avançadas de cirurgiões ortopédicos a Pernambuco. O plano também prevê acompanhamento para reabilitação pós-cirúrgica e suporte psicossocial para mães e cuidadores.

Outro ponto discutido no colóquio foi o fortalecimento da linha de cuidado integral para as crianças com Síndrome Congênita do Zika. Estão previstas oficinas de cuidado e acompanhamento para as famílias, com apoio do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fiocruz.

Durante o evento, foi iniciado o debate para a elaboração de um plano nacional voltado à síndrome, que deverá incluir diretrizes para atendimento, vigilância, diagnóstico e cuidado integral, além de ações de informação e educação em saúde.

 

Medidas de Prevenção contra Arboviroses

O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, também apresentou o plano de ação para combater arboviroses como dengue, chikungunya, zika e oropouche, doenças que se intensificam no período de calor e chuvas. Lançado pelo presidente Lula em setembro, o plano prevê o investimento de aproximadamente R$ 1,5 bilhão em seis áreas prioritárias, incluindo a expansão do método Wolbachia.

No método Wolbachia, mosquitos Aedes aegypti são liberados com a bactéria Wolbachia em seus organismos, o que impede o desenvolvimento dos vírus. Atualmente, o método é aplicado em seis cidades brasileiras, incluindo Petrolina (PE) e Niterói (RJ), com planos para expansão a outras 40 cidades. Em Pernambuco, estão sendo avaliadas cidades como Caruaru, Garanhuns, Ipojuca, Olinda e São Lourenço da Mata para receber essa intervenção.

Método dos Mosquitos Estéreis

Outra medida é a liberação de mosquitos estéreis, alterados em laboratório para não produzirem descendentes. O Ministério da Saúde planeja aplicar esse método em territórios indígenas dos povos Xucuru e Pankararu, localizados em Pesqueira, Tacaratu, Jatobá e Petrolândia, mediante consulta e aprovação das comunidades.

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