Polícia Federal ouve testemunha em investigação de assédio sexual contra ex-ministro Silvio Almeida

Agência Brasil
Assédio
Em 10 de Setembro de 2024 às 15:45
Edição de Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) deve ouvir, ainda nesta terça-feira (10), uma das mulheres que alegam ter sido assediadas sexualmente pelo ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida. A investigação, que corre em segredo de Justiça, visa preservar a identidade da testemunha e os detalhes do depoimento.

A apuração foi iniciada na sexta-feira (6), após o portal Metrópoles relatar que um grupo de mulheres procurou a organização de apoio a vítimas de violência sexual Me Too para denunciar o então ministro. Entre as denunciantes, estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

A Me Too divulgou uma nota esclarecendo que as denunciantes autorizaram a confirmação do caso à imprensa devido às dificuldades enfrentadas para obter apoio institucional. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também iniciou um procedimento preliminar para investigar os fatos.

Na sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu demitir Silvio Almeida, citando a gravidade das acusações e considerando sua permanência no cargo insustentável. Macaé Evaristo, deputada estadual pelo PT, foi nomeada para o ministério no dia seguinte.

Silvio Almeida, conhecido por sua atuação como advogado e professor no debate sobre racismo, nega as acusações. Em uma nota divulgada na quinta-feira (5), o ex-ministro qualificou as denúncias como “mentiras” e “ilações absurdas”, alegando falta de evidências concretas.

Nesta terça-feira, o advogado Thiago Turbay informou à Agência Brasil que a defesa ainda não teve acesso completo às acusações. Na sexta-feira, a defesa do ex-ministro acionou a Justiça Federal para obter esclarecimentos da Me Too, que ainda não recebeu notificação judicial.

Turbay explicou que a defesa busca entender os critérios de verificação utilizados pela organização e os protocolos seguidos para garantir a validade das denúncias. Ele criticou a decisão política de demitir Almeida antes de a investigação ser concluída, afirmando que isso prejudica a defesa e fomenta uma percepção de culpa antes do devido processo.

A Me Too Brasil afirmou que a organização atua no acolhimento e apoio a vítimas de violência sexual, oferecendo assistência psicológica, jurídica e social. A entidade destacou que o primeiro passo para responsabilizar judicialmente um agressor é a denúncia, assegurando que ninguém está acima da lei, independentemente de sua posição social ou política.

Recomendadas para você

Mais lidas

Eleições 2024
- Há 3 dias
Prazo para baixar ou atualizar e-Título termina neste sábado (5)
secretaria
- Há 4 dias
Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco divulga aumento expressivo nos casos de dengue em 2024
Eleições 2024
- Há 4 dias
Eleições 2024: Último dia de propaganda eleitoral no rádio e TV; candidatos intensificam mobilizações nas ruas
Futebol
- Há 3 dias
Itamar Schülle aposta na base para fortalecer o elenco do Santa Cruz em 2024