Revisão de expectativas: Crescimento do PIB no 2º Trimestre impulsiona projeções para 2024

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Economia
Em 03 de Setembro de 2024 às 16:16
Edição de PEonline

O crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2024, em comparação com o primeiro trimestre, desencadeou uma onda de revisões otimistas nas expectativas para o desempenho econômico do país neste ano. A divulgação dos dados pelo IBGE, ainda na manhã de hoje, levou alguns analistas de mercado a projetarem um crescimento de até 3% em relação a 2023.

Esse otimismo é sustentado pelo chamado "carrego estatístico", que, segundo economistas, está entre 2,5% e 2,9%. Isso significa que, mesmo que o PIB não cresça no terceiro e quarto trimestres, o aumento anual já seria de pelo menos 2,5%. Essa cifra coincide com a estimativa de consenso do Boletim Focus, uma compilação semanal de projeções econômicas feita pelo Banco Central (BC).

 

No entanto, a estimativa anterior considerava um crescimento de apenas 0,9% no segundo trimestre. Com o desempenho superior registrado pelo IBGE, as expectativas para o restante do ano foram superadas já na primeira metade de 2024.

Viés de Alta nas Revisões

A equipe de economistas do Itaú, que inicialmente projetava um crescimento de 1% no segundo trimestre e 2,5% para o ano, agora prevê um avanço anual de 2,9%, segundo a economista Julia Gottlieb. Embora o banco ainda não tenha atualizado oficialmente suas previsões, Julia destaca que o viés é de revisão para cima, apesar da expectativa de desaceleração no segundo semestre.

Outras instituições também ajustaram suas projeções. A gestora de recursos ASA, por exemplo, revisou sua previsão de crescimento anual de 2,5% para 3%. Já a corretora Guide Investimentos aumentou sua projeção preliminar de 2,2% para 2,9%.

 

Desafios no Segundo Semestre

Apesar do otimismo, muitos economistas alertam para uma possível desaceleração no segundo semestre de 2024. Fatores como a política de juros, que pode incluir um aumento na taxa Selic atualmente em 10,5%, e a redução de estímulos, como a retirada de pagamentos de precatórios, podem diminuir o ritmo de crescimento.

No entanto, setores como a construção e os serviços devem continuar crescendo, impulsionados por um mercado de trabalho aquecido, segundo Juliana Trece, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Mesmo com a expectativa de desaceleração, a força desses setores pode manter a economia brasileira em um caminho de crescimento sólido até o final do ano.

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